segunda-feira, 1 de maio de 2017

Por aí... em qualquer lugar! ♡



Muitas pessoas acreditam que fazer um intercâmbio é a solução pra todos aqueles problemas que a gente já cansou de tentar solucionar, e definitivamente: não é! Parte deles costumam embarcar com a gente, outros deixamos lá na esperança que por conta própria tudo vá se desenrolar. Mas anyway, a vida não pára! O foco é que muda, faz tudo se modificar, surgem novos desafios somados agora á todos aqueles medinhos que pularam na mala e por isso é tão importante, eu diria fundamental, estar certo do que você está indo buscar quando decide viajar, porque na hora do aperto a solução mais óbvia é querer voltar e surgem pensamentos do tipo "eu não preciso disso!" "não estudei pra fazer isso!" "Não cheguei aqui pra aquilo" e blah blah blah.... tenha sempre em mente o que você quer conquistar. 


Quando eu estava pra vir muitas pessoas me disseram que eu deveria me preparar, mas hoje particularmente acho esse conselho um tanto quanto vazio. Como se preparar pra algo que não podemos prever? Cada um tem sua história, um destino a percorrer, preparar a gente prepara bolo, não temos receita pra viver! 

Estou morando fora a quase 1 ano e ainda sinto que tenho tanta, mas tanta, mas tantaaaa coisa pra aprender, se me perguntam se estou preparada? Não sei! Mas quero pagar pra ver. 
Eu sigo trilhando meu caminho, do meu jeitinho, com mais humildade no coração e generosidade no olhar,  continuo imatura pra muitas coisas, ainda tenho dificuldade em levantar cedo e milhares de dúvidas que vivem a me atormentar, ainda me cobro o tempo todo de coisas que eu deveria melhorar, continuo adorando ficar largada em casa mesmo tendo milhares de lugares lindos pra conhecer, choro de saudade da minha família pelo menos umas 3x na semana (ou dia) e fico alimentando essa saudade assistindo vídeos do meu sobrinho no celular. Isso tudo porque nossa essência é sempre a mesma onde quer que a gente esteja. 
Claro que sinto que eu esteja me tornando uma pessoa melhor pq minha vivência em Sydney desenvolveu (e ainda desenvolve) muito da minha força, acredito que quando a gente se dispõe a esse tipo de circunstância automaticamente se abre pro mundo, não da pra se entregar mais ou menos, ou vai com tudo sabendo do quanto pode ser penoso ou nem se atreva a se jogar. 
A única coisa que posso afirmar de olhos fechados é que pra cada pequeno obstáculo que a gente supera, uma parte de nós se reinventa, se revigora e a gente descobre a pessoa linda, corajosa,guerreira, iluminada que existe dentro de todos nós, mas que os medos fazem adormecer e então a gente muda e nem percebe, simplesmente desperta e quando olha pra trás só consegue sentir mais e mais amor e orgulho de si mesmo e isso é uma recompensa tão divina que não tem como explicar! 
Assim como a gente sente na pele o quanto somos pequenininhos perto desse mundão tão grande, e que as surpresas que chegam ao longo das voltas que a vida dá, nos trazem aprendizados muito maiores do que a gente poderia imaginar nos nossos planos tão estrategicamente elaborados. 
Viver do outro lado do mundo tem disso, a gente se depara com um bocado de histórias, culturas e pessoas novas de tudo quanto é lugar, sem contar daquelas já conhecidas, da família e dos amigos que a gente deixou pra trás, cujo a vida também tende a continuar e aí a gente para. pensa e repensa diariamente no rumo que queremos levar, em todas renúncias e consequências das nossas escolhas. Talvez os dramas ainda sejam os mesmos, mas a forma como lidar com eles é que aos poucos vai se transformando e acredito que cada um tenha seu tempo de se transformar, de se moldar a sua nova realidade. A verdade é que no final das contas não importa em que lugar do mundo a gente esteja, é só através da paz de espírito, da leveza no coração e com mais serenidade na mente que a gente consegue se encontrar, o meio pelo qual chegar a isso é totalmente particular,  eu agradeço a Deus todos os dias pela oportunidade de estar desfrutando dessa busca interna de maneira tão intensa, aqui nesse lugar.

  


"A gente vem para conhecer a gente mesmo, de quebra o mundo inteiro, e perceber que choro e o sorriso são sentimentos intraduzíveis e já não importa a cor da pele nem o formato dos olhos, todo mundo que chega é viajante nômade, estrangeiro, e vem com um medo absurdo do desconhecido, até enxergar no outro a clareza de um espelho, outros candidatos ao processo diário de recomeços, na mais genuína reforma da alma. E aí a gente muda e nem percebe. O endereço, a cara, a língua, as amizades. Muda o gosto, a rotina, o paladar. Muda de emprego, sentimento e atitude. Menosprezando talvez a chamada maturidade, mas dando valor real à nossa essência humana." (Vitor Afonso)



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